Ao longo do século XX, o conflito árabe-israelense surgiu e se intensificou. O início dessa relação belicosa foi a criação do Estado de Israel, em 1948, levando a disputa pelo controle da Palestina.
Os conflitos entre israelenses e árabes tem sua origem intrinsecamente relacionada com o surgimento do sionismo, no final do século XIX. O sionismo surgiu oficialmente com a publicação, em 1896, do livro “O Estado Judeu”, escrito pelo jornalista húngaro Theodor Herzl. Nessa obra, ele defende a criação de um estado para os judeus.
No contexto do auge dos nacionalismos europeus, no final do século XIX, o sionismo surge como uma resposta ao antissemitismo (ódio e aversão aos judeus). A publicação desse livro contribuiu para que surgissem organizações sionistas em defesa da formação do Estado judeu. Aventou-se a possibilidade desse Estado ser criado na Palestina.
No início do século XX, a Palestina estava quase totalmente ocupada por árabes e muçulmanos. Havia 644 mil habitantes, dos quais apenas 56 mil eram judeus. Os ingleses haviam se comprometido com os sionistas, em 1917, a criar um Estado judeu através da Declaração de Balfour.
Contudo, os ingleses haviam prometido o mesmo para os palestinos ao longo dos anos da Primeira Guerra Mundial. Para os ingleses era essencial ter o apoio dos árabes contra os otomanos. A Liga das Nações, após o término da guerra, apoiou a criação do Estado Judeu na Palestina. Isso gerou insatisfação e reforçou o nacionalismo árabe.
Ao longo da década de 1930, diversos fatores levaram judeus a migrar para a Palestina. As organizações sionistas acreditavam que teriam o apoio dos britânicos para iniciar a colonização da Palestina. Havia ainda que os movimentos fascistas ganharam força na Europa devido a crise de 1929. O antissemitismo havia aumentado.
Conforme aumentava a presença de judeus na Palestina também crescia a rivalidade com os árabes. Isso acarretou duas situações:
A presença de judeus na Palestina aumentou exponencialmente após a Segunda Guerra Mundial, devido ao Holocausto na Europa. Em 1945, dos 1,97 milhão de habitantes havia 808 mil judeus. Nesse período, chegou ao fim o domínio britânico sobre a Palestina. A ONU foi incumbida de resolver a disputa entre árabes e judeus.
Em novembro de 1947, a criação do Estado de Israel foi levada para votação na Assembleia Geral. Com 33 votos a favor, 13 contra e 10 abstenções que haveria a criação do Estado de Israel.
Também foi decidido que a Palestina seria dividida: 53% do território para os judeus e 45% para os palestinos. A cidade de Jerusalém ficaria sob controle internacional. As nações árabes não concordaram com a decisão da ONU.
Assim a tensão na região aumentou levando a ataques de milícias israelenses contra civis árabes. A proclamação do Estado de Israel, em 14 de maio de 1948, deu início a uma guerra, a primeira de várias que se seguiram.
A guerra iniciada após a criação do Estado de Israel entrou para a história com o nome de Primeira Guerra Árabe-israelense. O início do embate se deu com a organização de um ataque contra Israel pelas forças do Egito, Síria, Líbano, Iraque, Transjordânia (atual Jordânia) e forças palestinas.
Os árabes iniciaram o ataque com bombardeios sobre Tel Aviv, capital de Israel. Também foram organizados ataques terrestres pelos exércitos árabes. Havia considerável diferença de treinamento entre as forças. Os israelenses, melhor preparados, tiveram vantagem.
As nações árabes assinaram o armistício com Israel, em janeiro de 1949. O território de Israel aumentou cerca de 1/3, os judeus passaram a dominar em torno de 79% do território palestino.
A guerra teve como grande consequência que mais de 700 mil palestinos precisaram se refugiar em territórios conquistados por Israel. Os palestinos passaram a chamar esse episódio de “nakba” (tragédia). Esses refugiados não podem retornar aos antigos territórios até os dias atuais.
Na década de 1950, o Egito estava sob o governo de Gamal Abdel Nasser e tinha viés bastante nacionalista. Em 1956, o governo egípcio anunciou a nacionalização do Canal de Suez, algo que irritou os franceses e os ingleses. Israel estabeleceu uma aliança com a França e o Reino Unido.
Em 29 de outubro de 1956, a Península do Sinai foi atacada pelas tropas de Israel, França e Reino Unido. Assim teve início a Guerra de Suez. Os israelenses ocuparam a Faixa de Gaza e o Sinai.
Os Estados Unidos e a União Soviética ficaram furiosos, o último ameaçou um ataque e o primeiro forçar a expulsão de Israel da ONU. Israel cedeu devido a pressão e deixou a região em 09 de novembro.
Grupos de resistência palestina foram criados, como: Libertação da Palestina (OLP) e o Al Fatah. O governo sírio apoiava o Al Fatah, o que levou Israel a atacar seis aviões sírios. Várias nações árabes se enfureceram com a derrubada dos aviões.
O Egito então iniciou ações militares contra Israel sendo acompanhado pela Jordânia e pela Síria. As tropas da ONU que estavam no Sinai foram expulsas pelos egípcios. Em 5 de junho de 1967, Israel iniciou a Guerra dos Seis Dias. No período de seis dias, Israel conquistou vários territórios. No dia 10, um armistício foi assinado e o conflito acabou.
A Guerra de Yom Kippur teve início com um ataque surpresa realizado por egípcios e sírios, em 1973. O objetivo era recuperar os territórios perdidos na Guerra dos Seis Dias. A guerra durou até o dia 22 de outubro quando chegou ao fim por meio da mediação dos Estados Unidos e da URSS.
Agora você conhece melhor o conflito árabe-israelense. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag!