A colonização espanhola na América foi responsável pela alteração da estrutura econômica, religiosa e política dos povos que já habitavam aquele território. Além disso, os espanhóis ainda apresentaram à Europa uma série de produtos até então desconhecidos como o milho, a batata e o chocolate. Saiba mais.
A ocupação dos territórios conquistados no Novo Mundo era essencial para estabelecer, definitivamente, o domínio sobre essas regiões e mercados. Também havia a intenção de aumentar o alcance do cristianismo.
A Igreja Católica legalizava a apropriação de territórios enquanto o poder político atuava na expansão da fé católica. A burguesia fornecia apoio financeiro para a tomada de bens alheios em nome do rei.
O instrumento que possibilitava essas ações era a “Capitulação”, documento em que se estabeleciam os deveres de cada parte que participava da ocupação. Dessa forma ficavam estabelecidos detalhes como:
Quando chegaram à América, os espanhóis encontraram sociedades organizadas que contavam com suas próprias leis. Os colonizadores atuaram para desestruturar essas organizações sociais implementando as suas próprias regras e costumes através da encomienda e da mita.
Encomienda era um sistema instituído nos reinos de Castela adaptado para às Índias (América). Basicamente, na encomienda um fidalgo espanhol (encomendero) podia cobrar tributos na forma de bens materiais ou trabalho de uma determinada população indígena.
Em contrapartida, cabia ao encomendero proteger, cuidar e evangelizar essas populações. Embora fossem hereditárias, as encomiendas, não eram perpétuas. Muitas ordens religiosas protestaram ao perceber os abusos cometidos pelos encomenderos.
A Coroa espanhola tentou acabar com a encomienda, cinquenta anos depois, e isso gerou revolta em Vice-Reinos. Os próprios indígenas se revoltavam contra o sistema, um exemplo foi a revolta liderada por Bartolina Sisa (1750-1783) no território da atual Bolívia.
Os colonizadores espanhóis se aproveitaram de uma criação inca, chamada mita, para colocar as populações indígenas ao seu serviço, especialmente no Vice-Reino do Peru. Os incas tinham o hábito de trocar a prestação de serviços da população masculina por proteção e ofendas aos deuses.
Os espanhóis confinavam as tribos indígenas e as catequizavam. Em contrapartida, essas pessoas deveriam realizar a mita. No contexto inca, a mita normalmente consistia em realizar trabalho de construção. Já os espanhóis colocavam os indígenas para explorar as minas de prata durante um ano.
O trabalho nas minas era regulado e deveria ser de apenas três semanas, porém, muitos indígenas acabavam morrendo no exercício da atividade. As condições de trabalho eram bastante duras.
Visando administrar o grande território conquistado, a Coroa espanhola, o dividiu em dois Vice-Reinos:
Foram estabelecidas ainda:
Esses territórios eram entendidos como extensões do reino espanhol.
Confira abaixo as instituições que a metrópole tinha para administrar a colônia:
O rei Carlos III (1716-1788), no século XVIII, realizou uma série de reformas iluministas. Essa reforma resultou no desmembramento do reino em quatro e na criação das chamadas Capitanias Gerais.
Eram os territórios de grande extensão e população, se destacaram como os mais rentáveis para a Coroa espanhola. Eram administrados por um vice-rei, existiam:
As capitanias foram instituídas nos pontos em que havia maior conflito com a população indígena ou que estava sob o alvo do ataque de piratas. Confira quais foram elas:
A cor da pele tinha grande relevância na estrutura social das colônias na América. Conforme o passar do tempo, as uniões inter-raciais tornaram o local de nascimento mais relevante do que a mestiçagem. A sociedade era constituída por:
Eram os espanhóis recém-chegados, eles se estabeleciam em altos cargos como:
As prerrogativas não eram hereditárias, caso tivessem filhos, nascidos fora da metrópole, estes seriam considerados criollos e não teriam a mesma posição social.
Os filhos de espanhóis que nasciam na América eram chamados de criollos. Embora participassem do Cabildo (conselho formado por homens de destaque) não podiam ocupar altos cargos.
Os criollos trabalhavam em diferentes atividades, podiam ser advogados, comerciantes, fazendeiros entre outros. Em espanhol, a palavra “criollo” indica uma pessoa que nasceu na América e não na Espanha. Não tem relação com a cor da pele.
Traficantes ingleses e portugueses traziam africanos escravizados para a América. Essas pessoas eram utilizadas como mão de obra em substituição da população indígena, que foi dizimada no Caribe.
O modelo de uso de mão de obra escrava não foi homogêneo nos domínios espanhóis da América. Foi mais utilizado na região caribenha e em menor proporção no Vice-Reino do Peru.
A colonização espanhola se baseou em fazer desaparecer a antiga forma de vida das populações locais. A economia passou a ser orientada para o mercado externo e os indígenas trabalhavam principalmente nas minas de prata, mercúrio e ouro. No entanto, também eram utilizados para trabalho doméstico e agricultura.
Os mestiços eram os filhos de espanhóis e indígenas. Eles costumavam ser bem aceitos por serem criados em ambiente culturalmente branco.
Agora você tem um panorama da colonização espanhola. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag!