Chico Buarque é um dos principais nomes do cenário artístico brasileiro, ele é cantor, escritor, compositor e dramaturgo. Além de sua relevância artística, é um nome atuante na política. Continue lendo para conhecer mais da sua trajetória na música e na história do país.
Francisco Buarque de Hollanda, mais conhecido como Chico Buarque, nasceu no dia 19 de junho de 1944, no Rio de Janeiro. É filho da pianista Maria Amélia Cesário Alvim e do sociólogo Sérgio Buarque de Hollanda. O cantor e compositor é o quarto de sete irmãos.
Aos dois anos de idade, o músico se mudou com a família para São Paulo. Seu pai, que também era historiador, foi nomeado diretor do Museu do Ipiranga. O interesse pela música surgiu quando o artista tinha apenas cinco anos de idade. O garotinho já colecionava recortes com fotos de cantores de rádio.
Quando Chico Buarque tinha seis anos de idade, em 1953, seu pai foi convidado para ministrar aulas de História na Universidade de Roma, na Itália. A casa da família do músico era frequentada por artistas e intelectuais como o poeta Vinícius de Moraes.
Chico Buarque compôs algumas músicas no estilo opereta durante sua adolescência. A encenação era feita pelas suas irmãs: Maria do Carmo, Ana Maria, Cristina e Miúcha. Nesse período da vida, Chico gostava de ler clássicos das literaturas russa, alemã e francesa.
Também na fase da adolescência, fez parte de um movimento religioso chamado “Ultramontanos” e depois integrou um grupo nomeado como “Organização Auxílio Fraterno”.
Estima-se que foi em 1961, que a primeira foto de Chico Buarque saiu em um jornal em uma reportagem intitulada “Pivetes furtaram um carro: presos”. Chico e um amigo teriam pego “emprestado” um carro para dar umas voltas. O músico foi preso e proibido de sair sozinho à noite até que tivesse 18 anos de idade.
Chico Buarque fez três anos de Arquitetura e Urbanismo na Universidade de São Paulo (USP). Em 1964, após o Golpe Militar levar a repressão para o ambiente universitário, ele deixou o curso. O artista sempre comenta que os anos de Arquitetura ajudaram a aguçar sua sensibilidade contribuindo para suas composições.
O músico foi um dos artistas perseguidos durante a Ditadura Militar. Inclusive, ele chegou a ser retirado de sua casa e conduzido ao Departamento de Ordem Política e Social (DOPS).
Chico Buarque fez parte da “Passeata dos cem mil”, em 1969, no Rio de Janeiro. Esse evento recebeu milhares de estudantes, intelectuais e artistas que se posicionavam contra o regime. Nomes como Caetano Veloso e Gilberto Gil também fizeram parte desse movimento.
O músico decidiu se autoexilar em Roma, na Itália, onde permaneceu até março de 1970. O retorno ao Brasil foi motivado pelo convite de uma gravadora que desejava a produção de um novo disco.
Para evitar a censura, Chico Buarque, passou a usar o pseudônimo Julinho da Adelaide para as suas composições. Sob esse nome ele compôs músicas como:
As composições do músico contribuíram para suscitar uma verdadeira revolução. Ele é considerado como um dos principais compositores de músicas de protesto no Brasil.
Chico Buarque gostava especialmente de música internacional quando era jovem. Porém, isso mudou quando ele ouviu a canção “Chega de saudade” (1959), de João Gilberto. Nesse momento ele percebeu que desejava fazer MPB.
Enquanto estava na universidade, Chico se reunia com os colegas para tocar violão e compor marchinhas. Em 1959, aos 15 anos de idade, ele compôs sua primeira música chamada “Canção dos olhos”. Em 1964, ele compôs a sua primeira música que foi gravada, a canção “Marcha para o sol”.
A música “Marcha para o sol” foi interpretada pela cantora Maricenne Costa. No entanto, o compositor disse que a canção tinha mais samba do que foi entregue. Foi o marco inicial da carreira de cantor de Chico Buarque. Em 1965, ele lançou seu primeiro compacto em vinil intitulado “Pedro Pedreiro e o sonho de carnaval”.
No decorrer dos anos, Chico Buarque participou de diversos festivais. A sua canção “A banda”, com interpretação de Nara Leão, ficou em primeiro lugar no II Festival de Música Popular Brasileira, em 1966. A canção de Chico Buarque dividiu o prêmio com a canção “Disparada”.
Chico Buarque em parceria com Tom Jobim venceu o 3º Festival Internacional da Canção, em 1968, com a música “Sabiá”. No entanto, os dois receberam vaias da plateia que torcia pela canção “Para não dizer que falei de flores”, de Geraldo Vandré.
Chico Buarque já disse algumas vezes que não atribui conteúdo político às suas composições propositalmente. Tendo pleno domínio da Língua Portuguesa, o compositor usa metáforas para ilustrar as suas canções como “Cálice” e “Apesar de você”. As críticas veladas à Ditadura Militar passaram pela censura.
1967
1970
1971
1976
1977
1978
1980
Chico Buarque produziu obras como escritor desde a adolescência. As primeiras crônicas foram publicadas no jornal do Colégio Santa Cruz intitulado “Verbâmidas”. Também atuou como colaborador em jornais como “Estado de São Paulo” e “O Pasquim”.
Em 1967, o artista atuou como ator no longa “Garota de Ipanema”. Em 1968, iniciou a sua carreira como dramaturgo escrevendo a peça Roda Viva. A atriz Marieta Severo, então sua esposa, teve um dos principais papéis.
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