As regras de acentuação gráfica das palavras passaram por mudanças decorrentes do Novo Acordo Ortográfico que se tornou obrigatório em janeiro de 2016. No artigo a seguir iremos apresentar essas novas regras para ajudar quem está se preparando para prestar vestibular e/ou a prova do Enem. Vamos começar?
Para compreender as regras de acentuação é imprescindível saber que as palavras são classificadas conforme a posição da sílaba tônica. Confira a seguir como se dá essa classificação:
As palavras oxítonas são aquelas em que a sílaba tônica é a última. Alguns exemplos são: aliás, abacaxi, ninguém.
As palavras paroxítonas são aquelas em que a sílaba tônica é a penúltima. Alguns exemplos são: açúcar, bônus, alcateia.
Nesse caso, a sílaba tônica é a antepenúltima. Alguns exemplos são: acústica, ácaro, acadêmico.
Também há palavras monossílabas, ou seja, aquelas que possuem somente uma sílaba. As palavras monossílabas podem ser átonas ou tônicas. Confira os exemplos:
Agora que já apresentamos a classificação das palavras de acordo com a sílaba tônica fica mais simples entender as principais regras de acentuação. Confira abaixo.
Recebem acento as palavras oxítonas terminadas em:
Recebem acento as palavras paroxítonas terminadas em:
Essa regra se mantêm para as paroxítonas terminadas em ditongos, sendo ou não seguidos de “s”. Alguns exemplos são: água, colégio e séries.
A Reforma Ortográfica mudou a acentuação dos ditongos abertos (ei e oi). Anteriormente esses ditongos eram acentuados, porém, agora não recebem mais acento. Confira os exemplos: jiboia e ideia.
Toda palavra proparoxítona é acentuada, confira os exemplos: gramática, lâmpada, exército, música.
Com as regras apresentadas acima é possível acentuar corretamente quase todas as palavras da língua portuguesa. A seguir iremos apresentar alguns casos específicos em que as regras são empregadas de acordo com aspectos sonoros das palavras e não conforme a posição da sílaba tônica.
Os hiatos são acentuados quando “i” e “u” são a segunda vogal tônica. Basicamente, ocorrem quando essas letras estão sozinhas ou estão seguidas de “s” numa sílaba. Confira os exemplos: balaústre, saída, baú e egoísmo.
– Não há acento quando “i” e “u” estão acompanhadas de qualquer outra letra numa mesma sílaba. Confira os exemplos: ruim, juiz, sair e Saul.
– Também não se acentua no caso do “i” ser seguido de “nh” como, por exemplo em: moinho, campainha e rainha.
– Se a vogal se repetir também não haverá acento como em xiita.
Confira as situações em que ditongos são acentuados:
– Os ditongos abertos, orais e tônicos em palavras oxítonas terminadas em “éu”, “éis”, “ói”, “éus” e “óis” recebem acentos. Um exemplo é a palavra papéis.
– Nos verbos que terminam em “quir”, “guar” e “quar” há formas verbais que permitem duas pronúncias:
Quando pronunciadas com “a” ou “i” tônicos devem receber acento como em delínque e enxáguo.
Quando a pronúncia é feita com “u” tônico essas formas não são acentuadas como, por exemplo: delinque e enxaguo.
O acento diferencial é empregado para criar diferença entre palavras com a mesma forma de escrita, ou seja, as palavras homógrafas. Anteriormente à Reforma Ortográfica, o acento diferencial era empregado para que palavras com a mesma grafia, porém, com significados e pronúncias distintas, pudessem ser diferenciadas.
No entanto, essa regra foi alterada e o acento diferencial não é mais utilizado em grande parte dos casos. Por exemplo, não se usa mais esse acento para diferenciar palavras como para (verbo) e para (preposição).
Confira a seguir os casos em esse acento é aplicado:
– Acento para diferenciar os verbos “ter” e “vir” no presente do indicativo, se estiverem na terceira pessoa do singular e plural. Como por exemplo:
Ele vem / Eles vêm
Ele mantém / Eles mantêm
Ele provém / Eles provêm
– Acento para diferenciar o timbre (aberto/fechado), como por exemplo:
Pode (verbo no presente) / Pôde (verbo no pretérito).
– Aplicação do acento circunflexo no verbo “pôr” para que possa ser diferenciado da preposição “por” que não recebe acento.
– Na palavra fôrma/forma o uso do acento é facultativo.
Palavras que possuem dupla vogal não são mais acentuadas nas regras da Nova Ortografia. Palavras como abençoo, magoo e enjoo não levam mais acento.
Também deixaram de receber acento a 3ª pessoa do plural dos verbos “ver” e os seus derivados como “rever” e “crer” como nos exemplos: creem e veem.
Tanto o trema (¨) quanto o til (~) não são considerados como acentos, eles são sinais gráficos que servem para diferenciar a letra “u” muda, isto é, aquela letra que não se pronuncia como em frequente e muda.
Ainda que não seja um acento, é válido dizer que essa sinalização não existe mais na língua portuguesa. Porém, o trema ainda é empregado em palavras estrangeiras.
Agora você já conhece as principais regras de acentuação!