Certamente você já ouviu falar a respeito dos alimentos transgênicos, aqueles que são identificados por um “T” amarelo em suas embalagens. Mas, talvez, não tenha a total compreensão do que significa um alimento modificado geneticamente e nem quais são os riscos para a sua saúde. Continue lendo para entender melhor.
Recebem o nome de alimentos transgênicos aqueles que passaram por modificação genética em laboratório. A alteração do código genético (DNA) consiste na inserção de genes provenientes de outros organismos.
Trata-se de um processo que pode ser realizado inclusive entre organismos de espécies diferentes, ou seja, um gene de um vírus pode ser inserido no código genético de uma planta, por exemplo. O procedimento pode ser realizado com animais, plantas e micro-organismos.
Como as espécies transgênicas são protegidas por patentes, é necessário que os agricultores interessados em seu cultivo paguem royalties para a empresa que detém a tecnologia. Isso leva o agricultor a desenvolver uma dependência maior em relação às empresas transnacionais do segmento.
A cada safra o agricultor deve comprar novas sementes, pois há uma regra contratual de que não se pode cultivar as sementes do plantio anterior. Outro risco a que o agricultor está exposto é a dificuldade de eliminar completamente as plantas transgênicas.
Imagine o caso de um agricultor que não quer mais cultivar transgênicos, ainda existe o risco de que plantas com essa característica nasçam em meio a plantação convencional. Se isso acontecer, o produtor deverá pagar uma multa e os royalties.
Há, ainda, o risco da contaminação que pode se dar através de insetos ou pelo vento, isso acontece comumente com o milho. Se não houver um espaçamento adequado entre as lavouras convencionais e transgênicas, há chances de a contaminação acontecer. Na hora de vender os seus produtos, o agricultor pode ser pego de surpresa e perder vendas, já que muitos compradores não desejam adquirir alimentos transgênicos.
Cientistas já identificaram a existência de alguns riscos graves para a saúde em decorrência do consumo de alimentos transgênicos. Veja, a seguir, quais são eles.
Os alimentos transgênicos são modificados em laboratório, recebendo, assim, a adição de genes de outros seres. Quando o gene de um organismo é adicionado em outro, é natural que novos compostos se formem nesse organismo, como aminoácidos e proteínas. No caso de alimentos, o consumo pode levar ao desenvolvimento de alergias em parcelas significativas da população devido ao contato com essas novas substâncias.
Uma pesquisa realizada em 1999 no Instituto de Nutrição de York, Inglaterra, detectou que produtos à base de soja estavam causando um aumento de 50% nos casos de alergia. Os pesquisadores afirmaram que tal aumento poderia ser decorrente das sementes transgênicas.
Nos Estados Unidos, a comercialização de um tipos de soja foi impedida pela constatação de que ela causava reações alérgicas por conter um gene da castanha-do-pará que é reconhecido como alérgeno.
Pessoas que se alimentam de transgênicos podem desenvolver uma maior resistência a antibióticos. Isso acontece porque cientistas que desenvolvem alimentos transgênicos adicionam genes (conhecidos como marcadores) de bactérias que são resistentes a antibióticos para ter certeza de que a modificação foi bem-sucedida. Isso significa basicamente que a eficácia de remédios à base de antibióticos pode ser reduzida ou anulada, um risco muito sério à saúde pública.
Algumas plantas e micróbios possuem substâncias tóxicas de defesa contra inimigos naturais, como os insetos, por exemplo. Em geral, essas substâncias não fazem mal para o ser humano. Contudo, se tal gene for inserido em um alimento, pode ter o nível de toxicidade elevado, podendo causar mal para as pessoas. Também pode causar mal aos insetos benéficos e para animais.
Essa condição já foi verificada no milho transgênico Bt, que pode causar a morte de lagartas da espécie de borboleta monarca, um importante agente polinizador. A toxicidade de substâncias inseridas nas plantas não está sendo devidamente avaliada. São empregados menos critérios avaliativos do que se usa para avaliar aditivos como pesticida, corante ou medicamento.
A adição de genes de resistência a agrotóxicos em alguns produtos transgênicos pode tornar as ervas-daninhas e pragas mais resistentes, levando ao surgimento de “superpragas” e “superervas”. A soja Roundup Ready se caracteriza por ter mais resistência à aplicação do herbicida Roundup (glifosato). Isso quer dizer que é necessário aplicar maiores quantidades do veneno nas plantações dessa soja.
Dessa forma, o alimento transgênico pode chegar com muito mais resíduos tóxicos no prato dos brasileiros. Para se ter uma ideia, em 2004, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou o aumento de cinquenta vezes do limite de glifosato em alimentos feitos a base de soja. Medidas assim causam grandes prejuízos para o meio ambiente, como a poluição de solos e rios e o desequilíbrio de ecossistemas.
Esses são os riscos conhecidos que os alimentos transgênicos representam, podem existir outros que ainda serão descobertos pela humanidade. Para conferir mais conteúdos informativos, fique ligado no blog do Hexag!