A Primavera de Praga: tensões e confrontos durante um período de polarização mundial

Em 1968, ocorreu um movimento popular na Tchecoslováquia que recebeu o nome de Primavera de Praga. Basicamente, a população foi às ruas para exigir reformas liberalizantes. Alexander Dubcek tornou-se o primeiro-secretário do Partido Comunista local, fato que contribuiu para a busca pela realização dessas reformas.

O que foi a Primavera de Praga?

A Tchecoslováquia integrava a União Soviética nesse período e dessa forma seguia as regras estabelecidas por Moscou. A Primavera de Praga foi um movimento popular que eclodiu no país em 1968. Populares foram às ruas para exigir reformas liberalizantes.

O governo local buscou concretizar as reformas pedidas quando Alexander Dubcek tornou-se o primeiro-secretário do Partido Comunista do país. Em agosto do mesmo ano, a União Soviética pôs fim ao movimento com o envio de suas tropas para o país. 

Contexto histórico da Primavera de Praga

  • A União Soviética ampliou os seus domínios na Europa Oriental após o fim da Segunda Guerra Mundial. 
  • A Tchecoslováquia foi um dos países ocupados. 
  • O governo local deveria se submeter às ordens de Moscou.
  • Havia forte censura e apenas o partido político governista poderia existir. 
  • A economia era planificada (gerenciada pelo Estado). 
  • A Tchecoslováquia devia aceitar a presença dos militares soviéticos em seu território. 
  • O autoritarismo do governo soviético do ditador Joseph Stalin foi essencial para a fidelidade dos países anexos à URSS.
  • Em 1953, com o falecimento de Stalin, alguns países do bloco comunista passaram a tentar implementar reformas. 
  • Havia o desejo por mais liberdade. 
  • A tentativa húngara de implementar reformas, em 1956, foi reprimida pelas tropas soviéticas. 
  • Em 1968, foi a vez da Tchecoslováquia seguir o mesmo caminho. 

Ocupação soviética

Em 1947, a União Soviética ocupou a Tchecoslováquia, por algum tempo a população acreditou que isso traria dias melhores. No entanto, o autoritarismo do governo comunista acabou com qualquer esperança nesse sentido. 

Os países anexos à União Soviética reivindicavam por mais liberdade após a morte de Stalin, em 1953. A Primavera de Praga, em 1968, foi a manifestação da insatisfação da população local em relação a essa postura autoritária de Moscou. 

Alexander Dubcek e o socialismo mais humano 

Em 5 de janeiro de 1968, Alexander Dubcek assumiu o comando do Partido Comunista da Tchecoslováquia. Embora mantivesse fortes laços com Moscou, Dubcek também tinha uma relação próxima com os intelectuais que defendiam um “socialismo mais humano”.

O debate promovido pelos intelectuais a respeito desse socialismo humanizado teve grande relevância na Primavera de Praga. No decorrer da década de 1960, era comum que professores e pensadores conhecidos fossem vistos em manifestações em todo o mundo. Dentre os nomes que se juntaram a essas causas publicamente estão:

  • Jean-Paul Sartre;
  • Michel Foucault;
  • Simone de Beauvoir. 

A participação desses nomes contribuiu para que as ideias das manifestações fossem amplamente divulgadas e debatidas. O intelectual passou a ser uma pessoa pública que ratificava as causas que apoiava e ajudava a trazer mais pessoas para os movimentos. O movimento estudantil Poder Jovem se uniu à causa participando dos debates.  

Reformas da Primavera de Praga

Alexander Dubcek implementou algumas reformas na Tchecoslováquia visando implantar um “socialismo mais humano”. Confira abaixo quais foram essas reformas:

  • Um governo comunista mais democrático; 
  • Fim da censura à Imprensa;
  • Liberdade de expressão; 
  • Mais autonomia para sindicatos e direito à greve; 
  • Criação de diversos partidos comunistas; 
  • Soberania nacional;
  • Colaboração com a União Soviética. 

Plano de ação

As reformas citadas acima foram reunidas em um documento chamado “Plano de ação”, publicado em abril de 1968. A Tchecoslováquia visava ter um governo comunista mais democrático e livre. Outros países do bloco comunista, como Hungria e Iugoslávia, apoiaram a proposta desse documento.

Moscou não concordou com o documento, o governo soviético acreditava que a Primavera de Praga poderia levar outros países a buscar mais liberdade. Isso poderia significar a desestabilização do bloco. 

O Comitê Central da União Soviética juntamente a membros da KGB decidiram intervir na Tchecoslováquia. A pressão dos intervencionistas levou Leonid Brejnev, o líder soviético, a aderir ao movimento contrário à Primavera de Praga. 

Fim da Primavera de Praga

Mesmo com a censura na comunicação, os jornalistas conseguiam enviar informações e imagens do movimento para o mundo. A imprensa mundial acompanhou os desdobramentos da Primavera de Praga. 

Em 21 de agosto de 1968, os soldados soviéticos que se deslocavam para conter a Primavera de Praga diziam estarem indo salvar a Tchecoslováquia. No entanto, ao se depararem com a resistência civil, esses mesmos soldados se surpreenderam.

Diversas unidades da tropa soviética se viram incapazes de agir e precisaram ser substituídas. A Primavera de Praga foi encerrada enquanto os manifestantes resistiam pacificamente. Em 1969, Alexander Dubcek renunciou ao cargo. 

Consequências da Primavera de Praga

  • Aumento da repressão da União Soviética a opositores.
  • Aumento do controle sobre os governos do bloco comunista.
  • A União Soviética identificou a necessidade de uma presença mais efetiva nos países satélites.
  • Também houve o aumento da censura.
  • O autoritarismo se estendeu por mais duas décadas e terminou com a desintegração da URSS, no fim dos anos 1980. 

Agora você sabe mais sobre a Primavera de Praga. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag!

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