A economia açucareira foi a base do Brasil colônia entre os séculos XVI e XVIII. Foi implementado pelos portugueses através do sistema de sesmarias. Terras para produção agrícola foram distribuídas na então colônia de Portugal. Continue lendo para saber mais sobre o Ciclo do Açúcar.
O Ciclo do Açúcar foi uma das bases da economia do Brasil colônia entre os séculos XVI e XVIII. A economia açucareira também teve reflexos sociais e culturais. A sua implementação se deu através da distribuição de terras para produção agrícola.
Foi um processo crucial para a ocupação territorial e para a definição da geografia atual do Brasil. Os engenhos, unidades produtivas utilizadas para a moenda da cana-de-açúcar, formaram-se nesse período. Outras atividades relevantes como a produção de cachaça se fortaleceram nessa fase.
As Grandes Navegações permitiram que Espanha e Portugal saíssem na frente no desenvolvimento mercantilista. Outras nações como França, Inglaterra e Holanda decidiram promover suas próprias conquistas participando ativamente desse comércio.
Portugal para defender sua nova colônia de invasões francesas e holandesas deu início a projetos de colonização. Em 1534, houve a tentativa de instalar o sistema de capitanias hereditárias. O registro do primeiro engenho do Brasil é de 1516. Mas, foi a partir da década de 1530 que os engenhos foram de fato implementados na colônia.
Os engenhos, no Brasil Colônia, funcionavam seguindo a mesma lógica do mercantilismo. Portugal criou regras e normas para as suas colônias visando manter a exclusividade comercial. Assim podia comprar matérias-primas com preços mais baixos e vender produtos manufaturados com preços elevados. Esse era o Pacto Colonial.
Os engenhos consistiam em unidades produtivas instaladas em latifúndios que eram concedidos a donatários pelo Império Português através das sesmarias. A mão de obra era majoritariamente escravagista.
Inicialmente, os indígenas foram utilizados como mão de obra, mas não deu certo em longo prazo. A partir do desenvolvimento do tráfico negreiro, a mão de obra indígena foi substituída pela dos africanos escravizados.
O sistema de produção açucareira recebeu o nome de plantation e tinha como suas bases:
Os engenhos não eram entendidos apenas como uma moenda de cana-de-açúcar, mas como uma unidade produtiva. Basicamente, existiam dois tipos de engenho: os engenhos reais (movidos a água) e os trapiches (movidos por tração animal). Esses engenhos eram formados por:
Os engenhos também contavam com destilarias para o fabrico da cachaça brasileira. A bebida era utilizada como escambo entre os escravizados. Além disso, as terras para cultivo eram divididas entre as que eram exploradas pelo próprio dono e as chamadas fazendas obrigatórias.
Essas terras eram concedidas pelo proprietário do engenho a outro lavrador para que ele a cultivasse em troca de um tipo de aluguel. Além disso, o lavrador ainda cedia metade da sua produção de açúcar.
Alguns lavradores livres cultivavam em suas próprias terras, mas moíam a cana em outro lugar por não terem o engenho. Nesses casos, metade da produção era deixada com o dono do engenho.
Os holandeses tinham um papel relevante para o refino e distribuição do açúcar para países europeus. Grande parte dos rendimentos desse comércio ficava com os holandeses porque eles eram os responsáveis por esse processo de comercialização.
Inclusive há indícios de que os holandeses contribuíram financeiramente para a instalação dos engenhos no Brasil. Dessa forma, existia uma colaboração entre holandeses e portugueses para o desenvolvimento do comércio açucareiro.
Em 1580, D. Sebastião, o rei de Portugal, desapareceu durante uma batalha travada contra os mouros no Norte da África. Isso levou a uma profunda crise política que culminou na Guerra de Sucessão Portuguesa (1580-1583).
Também levou à União Ibérica na qual os reinos de Portugal e Espanha foram unificados pelo monarca Felipe II. Os portugueses tinham uma boa relação comercial com os holandeses, mas o mesmo não acontecia com os espanhóis.
A crise aumentou quando o rei Felipe II tentou acabar com a participação dos holandeses na economia açucareira do Brasil. Em retaliação os holandeses deram início às chamadas Invasões Holandesas.
Os holandeses se estabeleceram na Capitania de Pernambuco, em 1637. Os portugueses retomaram o território com a Insurreição Pernambucana, entre 1645 e 1654. Assim os holandeses foram expulsos do território brasileiro.
Os holandeses decidiram levar as técnicas de produção de açúcar para o Caribe. No século XVII, franceses e ingleses seguiram a iniciativa holandesa no Caribe. O açúcar brasileiro perdeu competitividade. No final do século XVII, foi descoberto ouro no território brasileiro.
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